CARTA
DO BARALHO CIGANO E RUNA DO DIA 02/10/2013
A interpretação deste
arcano vai depender não só do simbolismo do desenho da carta, mas
também de todos os conceitos e experiências do oraculista.
A palavra “cruz”
acaba sempre se remetendo à palavra “sofrimento”, devido ao
simbolismo de Jesus Cristo. Desta forma, a cruz é vista como
problemas, pesos, encargos, obrigações nada agradáveis que a
pessoa é “obrigada” a suportar para algum tipo de evolução ou
melhoria de si mesma ou de alguma situação.
Continuando nesta
linha, a “cruz” também é o símbolo de renascimento, sendo uma
“vitória” sobre a morte, uma superação de todos os percalços
que aconteceram até o momento, simbolizando também uma fé muito
grande no Divino.
Seguindo por outro tipo
de conhecimento, a cruz representa o carma, o encontro do destino com
você mesmo, visto que são duas linhas se cruzando. É inevitável
que aconteça, não havendo nenhum tipo de fuga para esta situação.
Pode simbolizar carmicamente o encontro de pessoas, a permanência
das mesmas juntas, as dificuldades vividas e o fim.
Esta é a última carta
do Baralho Cigano, portanto significando a última etapa de todo um
ciclo.
Esta carta também
simboliza uma grande espiritualidade, a vontade pura por um bem
maior. No sincretismo, simboliza Oxalá. Na linha da Umbanda,
representa os Pretos Velhos.
Runa da água, do
fluxo, indica que poderes invisíveis estão em atividade, o fluxo e
refluxo de emoções. Fala da satisfação das necessidades
emocionais, do despertar de sua intuição, do lado lunar e feminino.
Runa de profundo
conhecimento, preparação para autotransformação espiritual.
O Livro
de Runas – Comentários de Ralph Blum – Tradução Luísa Ibanez.
3ª Edição. Editora Bertrand Brasil.
SÍNTESE
DO DIA
Amigos queridos, vamos
pensar o seguinte. Quarta-feira, meio da semana, segundo dia do mês
de outubro. Se na segunda tivemos que aprender a não sermos afobados
e aprender a ir na medida de nossos limites, na terça vimos que as
coisas vão esquentar para o nosso lado, pois o que está oculto será
varrido e posto à mostra, toda a força dos ventos de Oyá e com o
brilho do Sol e da verdade de Oxalá. Agora, quarta-feira, temos
Oxalá vindo nos avisar novamente sobre o dia, acompanhada de uma
runa que fala do lado lunar e do feminino, do fluxo da água,
totalmente Oxum e Yemanjá.
Hoje os ânimos
precisam ficar mais calmos, as águas chegaram para apagar o fogo de
terça-feira que Oyá trouxe, mas a terra continua quente, só não
está em labaredas. Fazendo essa conexão, podemos pensar novamente
no conselho de segunda-feira: “não se afobe não que nada é pra
já!”. Como diz um amigo meu da espiritualidade, “muita calma
nessa hora, minha senhora!”.
As águas de Oxalá
chegam para poder acalmar os ânimos, encerrando um calendário
litúrgico dos terreiros. Esta festa linda começa com todos os
filhos do terreiro jogando água pelo chão, limpando tudo. É uma
grande faxina, com as devidas cerimônias e rezas. A procissão é
outro ponto sublime, onde a corte que acompanha o Igbá de Oxalufan
faz as devidas reverências ao Pai Maior do culto afro-brasileiro. Na
semana seguinte, a festa culmina no Pilão de Oxoguian, onde todos
comemoram o retorno do grande pai e celebram a nova safra e próspera
colheita.
As águas de Oxalá
sempre me remetem a um momento de observação, de profundo
pensamento sobre tudo o que passou, identificar quem eu sou hoje, o
que eu deixei de ser e não quero mais, para que uma nova pessoa
dentro de mim possa surgir, revigorada. Ter paciência é um atributo
para poucos, mas podemos sempre buscar pedir aos nossos protetores
que nos ajudem a sempre exercitá-la e cultivá-la, pois nada deve
ser buscado com ansiedade, a pressa é inimiga da perfeição, e o
mais importante de nossa jornada não é a chegada e sim, a viagem em
si.
Hoje o dia será de uma
grande descoberta interior, você poderá descobrir dons aos quais
não fazia ideia que tinha. Hoje, algum parente seu muito próximo e
querido pode vir a passar a herança dele para você, seja um bem
material ou espiritual. Sim, pode até ser através do desencarne,
mas lembre-se que a vida é um círculo e que ela nunca termina, é
sempre renovada. Nenhuma energia deve ficar parada, é necessário
que você sempre faça uma faxina – faxina na casa – faxina na
alma! Deixar para trás e jogar fora o que não cabe mais no hoje e
nem no futuro, desapegue-se! Acredite, a cruz que você pensa que
carrega, somente você sente esse peso.
Entreguem-se às
heranças espirituais que estão recebendo.
Paz, luz, amor e toda a
boa sorte do mundo a todos vocês!
Carolina d’Oxoguian
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